Neste dia 12 de junho, Dia dos Namorados, abordamos o início deste tipo de relacionamento, que pode ser já na adolescência. Como os pais podem lidar com esta situação?
A psicóloga, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, Joana Siota ressalta que não há uma idade definida para se iniciar um relacionamento, mas quando começado na adolescência deve ser observado com mais cuidado, pois muitos jovens não possuem maturidade suficiente para assumir um compromisso amoroso.
Por isso, enfatiza a importância de os pais estarem sempre atentos e conversar muitos com os filhos. “Utilizar estratégias para iniciar um diálogo, como assistir a filmes ou ler livros e depois dialogar sobre o conteúdo, pode ser um bom canal de comunicação. Evitar fazer julgamentos ou ter uma postura de crítica são comportamentos que devem ser evitados pelos pais, pois costumam afastar os filhos e novamente, criar barreiras na comunicação. Manter um diálogo questionador, que demonstre interesse em compreender o lado/visão do adolescente possui um poder de conexão muito grande. Também é importante que os pais mantenham-se em um diálogo de mão dupla: que possam compartilhar experiências de sua vida pessoal também com os adolescentes. Outro ponto importante: o relacionamento dos pais como casal é um modelo extremamente importante para os filhos e pode ser o estímulo para segurança pessoal ou para medos/ansiedades com relação ao início da vida afetiva. Portanto, independente da estrutura familiar, diálogo (novamente) e respeito entre o casal apenas renderá bons frutos aos adolescentes”.
Mas Joana faz um alerta, para que todos esses cuidados se iniciem bem antes da adolescência, “isso porque se sabe que o vínculo entre pais e filhos se desenvolve desde a gestação, e quanto mais acolhedor e gentil for esse vínculo, mais fácil será para os pais terem abertura para dialogar com os filhos sobre questões polêmicas como namoro, sexualidades e drogadição. Por exemplo, como abordar esses assuntos com seu filho adolescente se a família nunca teve a abertura para conversar sobre nenhum outro assunto antes? Acaba se tornando uma fronteira difícil de ultrapassar, onde o adolescente dificilmente vai se sentir confortável para se expor.”
A fase da adolescência, por muitos é considerada delicada, é quando os jovens estão aprendendo e conhecendo coisas novas. Por isso, a profissional alerta que proibirias vontades não resolve, “proibição acaba sendo, tanto quanto ao namoro quanto ao grupo de amigos, uma estratégia que eu chamo de “tiro no pé”, porque nessas situações é comum os adolescentes acabarem se voltando e revoltando contra os pais e indo contra o objetivo principal que é protegê-los e mantê-los seguros. Sempre oriento os pais a buscarem formas de dialogar e entrar em acordos com os adolescentes (quanto a horários de retorno para casa, que tipos de conduta serão permitidos nos namoros e quais não serão, etc). Lembrando que sempre é importante que o adolescente compreenda o motivo de cada regra e que não apenas seja dado a ordem sem justificativas.”
Por fim, outra situação bastante comum, nos tempos modernos, é o uso das tecnologias, cada vez mais “invasivos”, mediante esta situação a psicóloga explica, “controle não funciona, mas orientação é sempre a melhor escolha – e da mesma maneira que com o diálogo, essa orientação dificilmente ocorrerá da noite para o dia. Desde os primeiros contatos com o mundo digital os pais devem procurar acompanhar e fazer parte dos interesses que cercam o universo dos filhos (o que costumam assistir, com quem conversam, quem são as referencias desse mundo para seus filhos). Acompanhamento e orientação aumentam as chances de que o adolescente compartilhe sua vida (no mundo real e virtual) com os responsáveis, sem se sentir invadido em uma fase na qual a busca por independência e espaço privado é a meta a ser cumprida.”
Sendo assim, fica o alerta, como se ter cuidados, mas enfatizando que tudo sem “neuras” e excesso de controle, que como enfatiza a psicóloga não é a melhor saída.
Pais presentes e amigos sempre fazem a diferença.