O próximo vestibular pode ser o último que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) realiza no mês de janeiro, em pleno verão. Ontem, 12/11, ao divulgar o calendário acadêmico para 2019, a instituição revelou ter decidido antecipar em dois meses o concurso referente ao ano letivo de 2020. O vestibular vai acontecer no mês de novembro do ano que vem.

Outra mudança é que os exames deixam de ser realizados em quatro dias consecutivos. Continuarão a ser quatro dias de provas, mas em dois fins de semana subsequentes, nos dias 23 e 24 de novembro e 30 de novembro e 1º de dezembro, em modelo semelhante ao do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O vestibular referente ao ano letivo de 2019 não muda: ocorre nos dias 6, 7, 8 e 9 de janeiro.

Em nota, a UFRGS informou que "a antecipação da data de aplicação das provas do vestibular faz parte de um conjunto de medidas implementadas pela universidade para otimizar os processos de matrículas e a ocupação das vagas". Segundo o texto, a alteração estaria relacionada com a questão de avaliar se os candidatos que entram pelo sistema de cotas estariam habilitados a se matricular. "Desta forma, a UFRGS terá mais tempo para as análises de documentos e aferições exigidas aos candidatos classificados para ingresso pelo Programa de Ações Afirmativas e também poderá fazer mais chamamentos para ocupação de vagas remanescentes."

- Nosso vestibular é feito geralmente na segunda semana de janeiro. Até a correção da prova e da redação, estamos no final do mês. Com isso, temos basicamente fevereiro, com Carnaval no meio, para fazer análise de todos os candidatos aprovados, de tal maneira que se faça a homologação para fazer a matrícula e em geral começar o semestre em março - disse o reitor da UFRGS, Rui Carlos Oppermann. - Agora, com as cotas, a situação começou a se tornar cada vez mais complexa, porque para os cotistas temos de fazer a análise da conformidade da declaração que eles fazem. Temos a aferição étnica, racial. Temos a aferição socioeconômica. Temos a aferição do ensino público. E agora também das pessoas com deficiência.

Sobre a concentração em dois finais de semana, Oppermann afirmou:

- Estamos em linha com o que o próprio ENEM faz, que é uma forma de aproveitar a tranquilidade do final de semana para a locomoção dos inscritos.

Pesaram também o problema de congestionamentos em dia de semana e a impossibilidade de escolas cederem seus espaços para o vestibular por ainda estarem com aulas.