✎Segurança do ENEM tem esquema à prova de fraude
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Caminhão dos Correios com provas do Enem é escoltado pelo Exército Foto: Edilson Dantas / Extra
No próximo domingo, 6,7 milhões de candidatos enfrentarão o primeiro dia de uma maratona de provas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com o nervosismo, um receio: vazamento das provas. Na edição de 2009, a data do exame teve que ser mudada depois que um caderno com as questões originais foi retirado da gráfica e colocado à venda. Desde então, o processo para evitar falhas foi aprimorado para que não haja chance de erro.
— Tomamos todos os cuidados O esquema de segurança é quase doentio. O maior perigo é o que vem de dentro (da equipe envolvida em promover o exame). Esse acho que está controlado. Mas existe o imponderável fator humano — afirma Maria Inês Fini, presidente do Inep, autarquia federal ligada ao Ministério da Educação que aplica o exame.
Uma das mais sensíveis diferenças no procedimento de oito anos atrás para os de 2017 está na gráfica. O local, que em 2009 foi ponto inicial do vazamento, hoje tem diversas restrições de acesso, e o manuseio da prova é limitado a poucos. Todos com cadastros enviados para a Polícia Federal. Confira abaixo as medidas de segurança ao longo do processo.
O número expressivo de candidatos e a aplicação presencial em 1.725 cidades do país diferencia o Enem de outras provas de mesma relevância pelo mundo. Maior que ele, só o gao kao, prova de admissão ao ensino superior da China , com 9 milhões de candidatos. Nos EUA, o Scholastic Aptitude Test (SAT) pode ser feito até sete vezes durante o ano, mas seu uso pelas universidades não é homogêneo como ocorre com o Enem no Brasil.
— É muito recente para o tamanho como é feito. Vendo de longe, chama a atenção — comenta, sobre o Enem, Peter Schwartz, diretor de risco do grupo que aplica o exame americano.
Os novos desafios
Este ano, dois novos desafios se aplicam à já difícil logística: a aplicação da prova em dois domingos — até 2016 elas eram feitas no mesmo fim de semana — e o exame personalizado, pois cada candidato receberá a prova com a sua identificação. Maria Inês não acredita que as alterações abrirão brechas na segurança:
— Lembre-se que (em 2009) o fraudador estava dentro do processo. Isso é a pior coisa que pode acontecer. Ele estava trabalhando. O erro humano pode existir, mas tentamos reduzi-lo à menor escala possível.
A operação envolve diversas instituições. Forças Armadas, Polícia Militar e Bombeiros são algumas que auxiliam o MEC.
— O que se aprendeu é que o Enem é feito com vários outros órgãos. Quando existe todo esse cuidado, a sociedade ganha confiança e fica a sensação de que podemos, sim, ter um processo desta magnitude confiável e seguro — diz Eunice Santos, diretora de Gestão e Planejamento do Inep.